Recentemente, o ator sul-coreano Sung Hoon foi entrevistado pelo Fantástico e, ao ser questionado se existem romances iguais aos doramas, ele foi bem enfático ao responder que acredita que os doramas retratam um amor que pode até existir, mas que é muito raro. Além disso, ele também comentou que as pessoas que assistem querem algo fantasioso e assim ficam contentes com o que veem, e que se fosse realista demais, na opinião dele, não seria tão agradável.
Nessa reportagem, uma mulher simplesmente disse que “os homens, igual aos dos doramas, não são mulherengos igual aos homens brasileiros que namoram com trezentas na mesma semana”. Essa fala está causando a maior polêmica na comunidade das dorameiras brasileiras ao redor da internet.
Primeiramente, eu gostaria de deixar claro que o que irei comentar a seguir não tem intenção alguma de generalizar as dorameiras, e sim contar para vocês que a situação está saindo fora de controle – LITERALMENTE.
Como a maioria de vocês já deve saber, eu sou casada com um asiático, então acredito que eu tenha um certo lugar de fala, mesmo que o meu marido não seja coreano.
Eu sei que há mulheres que assistem doramas e sentem a vontade de serem tratadas como as mocinhas dos doramas, independentemente da etnia do homem, mas está impossível ignorar a outra parcela de mulheres que estão atualmente sem senso e desesperadas por um asiático, chegando até mesmo ao ponto de objetificá-los.
Para vocês terem noção desse nível de objetificação que está fora de controle, recentemente eu estava andando no Bairro da Liberdade, aqui em São Paulo, com o meu marido e uma mulher simplesmente tentou beijar o meu marido. Sim, gente, assim do nada. Apareceu e tentou.
Essas mulheres precisam entender que os asiáticos são pessoas, assim como eu e você, que têm sentimentos, pensamentos e direitos. Eles não são objetos exóticos ou fetiches culturais, e sim pessoas com suas próprias experiências, culturas e histórias. Reduzir uma pessoa a estereótipos ou fantasias é desumanizante.
Eu estou casada há quase três anos e posso te garantir que, ser casada com um asiático é ter um relacionamento como qualquer outro que vemos por aí, ou seja, temos os nossos desentendimentos e discordamos de muitas coisas porque temos opiniões diferentes. Não é todos os dias que acordamos românticos, até porque eu sou aquariana, e não caem pétalas de cerejeiras todas as vezes em que ele me olha ou todas as vezes em que eu olho para ele, e nem temos um guarda-chuva amarelo. Aliás, o meu marido não gosta de dividir guarda-chuva nem comigo, mesmo eu gostando de dividir com ele. Perceberam que é um relacionamento real e não de doramas? Tem coisas que o meu marido gosta e que eu não gosto, e está tudo bem porque isso é um relacionamento real.
E antes que apareça alguma bênção do senhor comentando “Ah, Lizzie, você assiste doramas e é casada com um asiático”. Sim, eu sou casada, mas eu não estava atrás de um asiático como muitas mulheres estão, desesperadas inclusive. Quando eu conheci o meu marido, na época da faculdade de Análise de Sistemas, eu já assistia doramas e eu nem dei bola para ele. Só nos reencontramos tempos depois, começamos a conversar, depois namorar e já pulamos para o casamento.
Perceberam uma lacuna aí? Não noivamos e nem casamos tradicionalmente com cerimônias e todos aqueles frufrus igual existem nos doramas. Perceberam que relacionamentos na vida real são diferentes? Eu escolhi não ser pedida em casamento nem fazer cerimônia, conversamos sobre isso e pronto. Mas o fato de não ter tido pedido de casamento e nem cerimônia não significa que, se você se relacionar com um asiático, por exemplo, você não vai ser pedida em casamento e nem fazer cerimônia.
O que eu quero dizer é que são escolhas e decisões que o casal faz. Um relacionamento real, independentemente da etnia, é assim. Cada casal constrói a sua própria história, baseada em suas preferências, circunstâncias e valores. E isso é o que torna cada relacionamento único e especial.
Eu vejo muitos relacionamentos entre pessoas de culturas diferentes, e o que realmente importa é o respeito, o amor e a compreensão mútua.
Essas mulheres que estão obcecadas por uma ideia romantizada e irrealista de como deve ser um relacionamento com um asiático, precisam compreender que a realidade é muito mais rica e complexa. Relacionamentos reais são construídos com base em confiança, comunicação e respeito, e não em expectativas fantasiosas alimentadas por dramas televisivos. E na real? Tentar agarrar e beijar à força uma pessoa só vai fazer com que você seja vista como uma pessoa grosseira e desrespeitosa.
Elas precisam aprender a ver as pessoas como elas realmente são, com todas as suas qualidades e imperfeições, em vez de tentar encaixá-las em moldes idealizados.
E se você é assim e é leitora aqui do blog, SE SITUE MULHER, ANTES QUE EU DÊ UMA CHINELADA EM VOCÊ PARA TRAZER A TUA DIGNIDADE DE VOLTA. Porque a mãe aqui não aceita falta de educação e de senso, não. Aliás, muitas mulheres estão caindo em golpes devido a essa fantasia que têm na cabeça.
E se alguma parcela de dorameiras quiser me cancelar por eu apenas expor a minha experiência e por não aceitar esses tipos de condutas desrespeitosas, que cancelem. Eu tenho tanto conteúdo da minha extensão universitária que, se o cancelamento acontecer, é capaz de eu nem perceber de tanta coisa para estudar. Ou seja, será em vão.
tens toda a razão!
Este teu post lembrou-me de como há uns anos atrás, todas as mulheres romantizavam os relacionamentos como se via nas novelas da época, e desde então alguns dos clichés ainda pressistem!
Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram
São 27 anos de casamento, 28 de relacionamento.
Ela macaense/chinesa, eu português.
Qual é o drama??
Beautiful Summer with joy and harmony, Bonita *,~`)))))))))
Amei o post e concordo com cada palavra. Eu acho um completo absurdo essa obsessão que estão tendo com homens coreanos e turcos por causa dos doramas e novelas. Endeusam e ficam a todo custo tentando achar um pra si que acabam caindo em golpes e se colocando em situação de perigo.
Tem muita menina se sujeitando a coisas absurdas para dizer que namora um estrangeiro e depois ainda desumaniza a pessoa a tratando apenas pela nacionalidade como se a pessoa não tive nome, defeitos e qualidades também.
Beijos
Hi Lizzie,
I was surprised by what you just told us! I didn’t realise you were married to an Asian man, but before that he is a man! I’m amazed that Brazilian women want to marry Asian men so much, here this trend hasn’t arrived yet! I think Brazilian women who watch a lot of these dramas fantasise a lot about relationships! It’s not like that in real life! I agree with everything you say, but I’m forced to conclude that Brazilian men have a very bad reputation ahahahh!!!
xoxo
http://www.marisasclosetblog.com
Ótima colocação, temos que diferenciar o que é real e o que é ficção. Beijos e uma ótima semana.
https://cidocemulher.blogspot.com/
Complicado… Mas eu como pessimista e frustrada, de fato não acredito que exista um amor assim tão puro e verdadeiro e justamente por isso não assisto dorama. Porque foge totalmente da realidade e só vai me causar mais frustração se eu consumir esse tipo de conteúdo…
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Eu amei seu post e como voce abordou, trazendo situações reais, e não generalistas porque isso não se aplica, e é exatamente isso
Eu gosto de ver séries turcas e nao me aventurei nos doramas ainda, mas nao vejo problema contanto que tenhamos a mente aberta para a realidade, e saber que podemos ter um amor que não precisa ser igual das telinhas e que pode ser tão incrível quanto né ♥
Beijos
Pâm – http://www.interruptedreamer.com
Oi Lizzie,
Realmente é preocupante o quanto as pessoas estão muito desesperadas com aquele logo “quero um oppa para chamar de meu”. Nossa, até essa frase é brega. Sempre vi os doramas como são, novelas curtas. Séries curtas. E nessas produções fantasia e amor sempre reinam. Nunca me confundi ou iludi. Muito chato o que vc passou na rua com o seu marido, as pessoas tem que ter mais noção da realidade. Lembro que um dia estava numa classe de coreano (quando tinha aulas) e o professor virou e disse que sabia qual era o motivo de eu estar estudando a língua, aí eu perguntei: Ah sabe, qual é? Ele respondeu: Você quer um marido coreano. Eu controlei para não rir na cara dele e disse, eu estudo pq gosto da língua e cultura, só isso. Ele ficou sem graça. E olha que isso já tem uns 10 ou mais anos.
Bjos,
Kelen Vasconcelos Martins
https://www.kelenvasconcelos.com.br/