Reflexões Sobre "A Vida Feliz" e "A Tranquilidade da Alma" de Sêneca — It's Lizzie



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Reflexões Sobre “A Vida Feliz” e “A Tranquilidade da Alma” de Sêneca

Esta semana, terminei a leitura do livro SOBRE A VIDA FELIZ & TRANQUILIDADE DA ALMA, uma edição publicada pela Editora Garnier, que reúne dois ensaios atemporais de Lúcio Aneu Sêneca, um dos mais importantes sábios e filósofos estoicos, proporcionando uma leitura enriquecedora para quem busca sabedoria estoica aplicada à vida nos dias de hoje.

O que mais me impressionou durante a leitura foi que, de fato, os ensaios são atemporais. É impossível ler e não identificar algo na nossa sociedade atual. E não falo apenas da sociedade brasileira, mas da sociedade como um todo, independentemente do país, entende?

A Tranquilidade da Alma: O Caminho para a Simplicidade

No primeiro ensaio, A Tranquilidade da Alma, Sêneca inicia com um diálogo onde Sereno compartilha suas inquietações e desafios internos. Ele reflete sobre seus próprios vícios e expressa uma preferência pela simplicidade, rejeitando o luxo excessivo e os prazeres superficiais. Ele menciona, por exemplo, que não aprecia camas e cortinas elaboradas nem roupas bem passadas para parecerem mais valiosas do que realmente são. Seu estilo de vida é guiado pela praticidade e pelo desapego material.

Essa reflexão me levou a questionar como, ao longo da história, os distúrbios alimentares sempre existiram, mas só começaram a ser amplamente discutidos a partir da década de 1990 e início dos anos 2000, com uma maior conscientização sobre transtornos como a bulimia. Nesse período, celebridades e modelos começaram a expor suas lutas contra esses distúrbios, trazendo mais atenção ao tema.

Também me despertou muita a atenção o trecho em que Sereno afirma”Aprendamos, então, a sermos capazes de jantar sem toda Roma observando”, me fez refletir sobre o nosso comportamento nos dias atuais, de compartilhar fotos de refeições nas redes sociais, como nos Stories do Instagram, por exemplo. Eu fazia muito isso anos atrás, hoje em dia ando até evitando redes sociais.

O texto filosófico também aborda o desejo das pessoas de parecerem sábias, acumulando livros que, muitas vezes, nunca serão lidos ao longo da vida. Ele destaca a linha tênue entre aparentar sabedoria e realmente possuí-la.

© Créditos/Reprodução: G1
© Créditos/Reprodução: G1

A questão dos livros acumulados em excesso me fez lembrar de quando a Ashley Tisdale, uma atriz e cantora incrível que eu adoro, recebeu uma enxurrada de críticas em 2022 por ter comprado cerca de 400 livros para decorar sua casa. Esses livros haviam sido adquiridos pelo marido momentos antes de uma entrevista.

Confesso que fico em cima do muro sobre essa questão de livros para decoração. Eu mesma passo dias, ou até meses, pesquisando preços e esperando alguma promoção para comprar um livro caríssimo. Ao mesmo tempo, a Ashley ajudou livrarias e autores ao adquirir tantos exemplares. E vocês, o que acham sobre comprar livros apenas para decoração? Me contem nos comentários!

Sobre a Vida Feliz: Reflexões Sobre Riqueza e Propósito

O segundo ensaio, Sobre a Vida Feliz, foi o que mais me impactou. Nele, Sêneca discute temas universais como riqueza, pobreza e crenças limitantes. Ele argumenta que não se deve julgar um filósofo por ser rico, desde que sua riqueza tenha sido obtida de forma justa. Ele critica a tendência dos tolos de serem dominados pelo dinheiro, enquanto o sábio entende a maldade ao seu redor e se protege contra ela.

Um dos trechos que mais chamou minha atenção foi: “Um homem sábio nunca está tão ciente da pobreza como quando está cercado dela.” Essa frase reflete, na minha opinião, como a consciência da fragilidade econômica se intensifica quando estamos rodeados por dificuldades financeiras.  Outro ponto essencial que ele aborda é a ideia de que “ninguém condenou a sabedoria à pobreza“.

Muitas pessoas acreditam que “o dinheiro é a raiz de todo o mal”, mas Sêneca argumenta que, embora a riqueza não seja um bem em si mesma, ela proporciona conforto e pode ser uma ferramenta valiosa para uma vida plena, desde que utilizada com sabedoria.

Então, se você tem crenças limitantes relacionadas ao dinheiro e a riqueza, recomendo profundamente a leitura deste livro pois Sêneca mostra que a riqueza, por si só, não é um problema – o problema está em como a usamos e no poder que damos a ela sobre nossas vidas. Ele desmonta a ideia de que ser rico é algo necessariamente ruim ou imoral, ao mesmo tempo que ensina a não se tornar escravo do dinheiro.

A Pressão Social e a Busca por Autenticidade

Outro aspecto relevante é a pressão social para que sempre ajamos de acordo com nossos princípios. Sêneca sugere que devemos nos concentrar em nosso progresso pessoal antes de sermos cobrados pela coerência entre nossas palavras e ações. Ele também destaca que ser desprezado pelo mundo pode ser um sinal de que estamos no caminho certo. Muitas vezes, as grandes mudanças vêm acompanhadas de oposição e incompreensão e que devemos evitar a agitação e a correria que a maioria das pessoas pratica. Muitas acabam vagando sem propósito, sempre procurando algo para fazer, como se a companhia delas mesmas e o próprio silêncio as torturassem.

Ele nos lembra que, mesmo diante das adversidades, não devemos amaldiçoar nenhum dia da nossa vida. Devemos nos policiar para que nenhum dia seja verdadeiramente desastroso, pois a forma como encaramos os desafios influencia diretamente nossa experiência de vida.

É realmente impressionante como os ensinamentos de Sêneca continuam relevantes nos dias de hoje, oferecendo reflexões valiosas sobre simplicidade, riqueza, autenticidade e resiliência. Suas palavras nos convidam a buscar uma vida equilibrada, onde o dinheiro seja um meio, e não um fim, e onde possamos encontrar tranquilidade e contentamento independentemente das circunstâncias externas.

Como você enxerga a relação entre felicidade, riqueza e autenticidade nos dias atuais? Qual ou quais livros você tem lido ultimamente? Me conta aqui nos comentários, irei adorar saber!

 

2 respostas para “Reflexões Sobre “A Vida Feliz” e “A Tranquilidade da Alma” de Sêneca”

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