O Auto da Compadecida 2 — It's Lizzie



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O Auto da Compadecida 2

© Créditos/Reprodução: O Auto da Compadecida 2

© Créditos/Reprodução: O Auto da Compadecida 2

Esta resenha pode e com certeza contém o temido spoiler.. Depois não diz que não avisei, hein?!

Eu confesso: nunca fui muito fã de filmes brasileiros. São pouquíssimos os que realmente me conquistaram. Mas existe uma exceção que sempre teve um lugar especial no meu coração desde a infância – O Auto da Compadecida.

Perdi a conta de quantas vezes assisti a esse filme quando era criança, na época da TV aberta, e, mesmo depois de tantos anos, ainda volto a revê-lo de tempos em tempos. É aquele tipo de história que nunca perde a graça!

Recentemente, convenci meu marido a assistir comigo – e ele gostou bastante! Então, quando O Auto da Compadecida 2 chegou ao streaming, não pensamos duas vezes e assistimos juntos.

Vamos começar pela sinopse:

Depois de anos desaparecido, João Grilo retorna à Taperoá para se juntar ao velho companheiro Chicó. Após sua história de ressurreição ter se espalhado, ele é disputado como cabo eleitoral pelos dois políticos mais poderosos da cidade.

Quando anunciaram O Auto da Compadecida 2, fiquei super animada, mas também com aquele receio inevitável de uma possível decepção. Se você já se frustrou com a continuação de algum filme, sabe bem do que estou falando. Além disso, já no trailer, dá para notar um uso bastante intenso de CGI (os famosos efeitos visuais gerados por computador), o que só aumentou ainda mais o meu receio.

No início do filme, há uma retomada dos acontecimentos finais do primeiro longa, conectando a nova história ao que já conhecemos. Desde o começo, fica evidente o uso de CGI para criar certos efeitos visuais, algo que se destaca na produção.

A essência do primeiro filme foi mantida, principalmente no jeito característico de falar dos personagens principais, como João Grilo e Chicó. O filme traz os dialetos nordestinos de forma autêntica, o que pode ser um desafio para quem não está familiarizado com eles. No meu caso, isso não foi um problema, já que sou filha de uma pernambucana e de um baiano. Apesar de ser paulistana da gema, a cultura nordestina sempre esteve presente na minha vida, e muitas dessas expressões fazem parte do meu dia a dia.

Um ponto interessante da trama é quando mencionam a lei da atração ao falar sobre o nascimento de Chicó. Segundo a história, a mãe dele desejava tanto um filho homem que, no final da gravidez, mentalizou e detalhou com riqueza de detalhes que teria um menino — e assim aconteceu.

Além disso, o filme aborda temas sociais relevantes, como a seca no sertão, o analfabetismo, o monopólio da mídia e as táticas políticas usadas para conquistar votos. Um exemplo disso é a cena em que um policial candidato distribui água para convencer as pessoas a votarem nele, um reflexo das estratégias usadas em períodos eleitorais.

Sobre o desfecho, confesso que achei a cena do segundo julgamento menos impactante do que a do primeiro filme. O julgamento original prendeu muito mais a atenção e trouxe um impacto emocional maior. Também senti falta de ver Fernanda Montenegro no papel de Nossa Senhora, embora Thais Araújo tenha entregado uma atuação impecável.

No fim, o filme reforça a importância da fé, trazendo a reflexão:

“Sem fé, as pessoas sentem medo e incertezas.”

E você? Já assistiu O Auto da Compadecida 2? O que achou?

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